Publicado em: 27/10/2023
Para mais da metade dos brasileiros, a economia está
caminhando para um cenário positivo: 53% da população acima de 16 anos acredita
que o país vai melhorar nos próxmos seis meses. Os dados são da pesquisa
Retratos da Sociedade Brasileira-Economia e População, da Confederação Nacional
da Indústria (CNI).
O levantamento mostra que 38% da população vê a situação
atual como ruim ou péssima. Um percentual maior do que aqueles que registraram
regular, ótimo ou muito boa. Mas o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo
Azevedo, entende que, mesmo que a população ainda se preocupe com a economia
brasileira, isso tende a mudar. Para 45% dos entrevistados, a situação já foi
pior e a economia melhorou nos últimos seis meses.
“A avaliação da população com relação ao futuro é positiva.
As expectativas da população para os próximos seis meses, para 53% da
população, é de melhoria. Ou seja, essa situação tende a mudar. Uma avaliação
negativa que pode se tornar mais positivo no futuro”, analisa.
Para a pesquisa, foram ouvidas 2.004 pessoas nas 27 Unidades
da Federação, entre 14 e 19 de setembro de 2023.
O que esperar para os
próximos seis meses?
De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo
Azevedo, a percepção mais positiva da população para os próximos seis meses é
importante, pois afeta as decisões de consumo.
“Na medida que o consumidor vê mais confiança na economia,
ele se sente mais confortável a fazer o consumo especialmente em bens de maior
valor. São resultados positivos não só para a indústria como para a economia
como um todo”, observa.
Os preços dos produtos consumidos devem aumentar, para 49%
dos brasileiros. No entanto, 32% consideram que os preços diminuíram e 18%
disseram que estão iguais nos últimos seis meses. A expectativa é de aumento de
preços nos próximos seis meses para 46% da população, enquanto 29% acreditam
que a inflação vai começar a cair.
Para 48% dos entrevistados, as taxas de juros de suas compras
ou de suas dívidas aumentaram nos últimos seis meses e 9% dizem que caíram.
Conforme o relatório, a projeção para 39% da população é de aumento nos juros
dos financiamentos pessoais, enquanto 24% avaliam que os juros devem cair.
Segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, o Brasil ainda
precisa de uma política industrial moderna, focada em inovação, e da reforma
tributária para atrair investimentos e crescer de forma sustentada. Para
Marcelo Azevedo, o crescimento econômico é essencial para aumentar a qualidade
de vida da população.
O resultado da pesquisa varia conforme a região. No Nordeste,
32% afirmam que o desempenho da economia está ótimo ou bom e 30% ruim ou
péssimo. No Norte e Centro-Oeste, o percentual de quem assinalou ótimo ou bom
cai para 23%. E a avaliação de que está ruim ou péssimo sobe para 44% dos
entrevistados.
No Sudeste, 20% marcaram que a economia está ótima ou boa e
39% assinalaram ruim ou péssima. O Sul tem a pior percepção: a avaliação de 18%
da população é de que a situação econômica está ótima ou boa e 43% acreditam
que está ruim ou péssima.
Para 32% dos entrevistados, a percepção de aumento da pobreza
na região e nos ambientes que frequentam se expandiu nos últimos seis meses.
Essa percepção permaneceu igual para 49% dos brasileiros e caiu para 26%.
Para os próximos seis meses, 29% dos brasileiros afirmam que
a pobreza ao seu redor vai aumentar e outros 29%, o mesmo percentual, acreditam
que a pobreza será menor.
Fonte: Brasil 61/ Foto: Diego Campos/CNI
