Publicado em: 03/05/2024
A Confederação
Nacional da Indústria (CNI) lançou, na terça-feira (30), o
relatório “Panorama da Infraestrutura – Edição Sul”, com o detalhamento do
setor na Região Sul do Brasil.
O estudo mostra
um panorama das áreas de transporte, energia elétrica, gás natural,
telecomunicações e saneamento básico, bem como identifica gargalos e propostas
para melhorias da infraestrutura nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul.
Este é o
primeiro de uma série de cinco trabalhos regionais produzidos pela CNI que vão
trazer um retrato das condições de infraestrutura nas regiões brasileiras,
identificando necessidades de investimentos e pleitos do setor industrial.
O relatório do
Sul foi apresentado durante encontro na Federação das Indústrias do Estado do
Rio Grande do Sul (Fiergs) e na Reunião de Diretoria da CNI, também na sede da
Fiergs, em Porto Alegre.
O presidente da
CNI, Ricardo Aban, ressaltou que o relatório busca contribuir para a melhora da
infraestrutura na região, fator fundamental para o fortalecimento da indústria
e da economia.
Para o
presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, uma infraestrutura que facilite
o escoamento da produção é condição fundamental para reter e atrair
investimentos. “A carência que temos nesta área ameaça o desenvolvimento
econômico do Estado. Além disso, nos impõe um grande desafio para acelerar a
conclusão das obras prioritárias, cujo tempo de execução de algumas delas já
superam dez anos”, diz Petry.
O trabalho é
dividido em três partes principais:
retrato da
infraestrutura: etapa descritiva que contempla diversos dados do setor de
infraestrutura extraídos de diferentes fontes oficiais;
pesquisa de
percepção do empresário industrial: diagnóstico realizado por empresários
locais sobre as condições de infraestrutura e prioridades de investimento na
região;
propostas para
avançar na infraestrutura: uma série de propostas regionais (Federações de
Indústria) e nacionais (CNI) para mitigação dos principais problemas de
infraestrutura.
O diretor de
Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, alerta que a infraestrutura
deficiente é um dos principais componentes do Custo Brasil. “Encontrar formas
de superar os obstáculos colocados pelo Custo Brasil deve ser uma prioridade da
indústria brasileira” destaca o diretor da CNI.
Muniz menciona
que 81% das empresas do Sul sinalizaram a precariedade da malha de transporte
como principal gargalo de infraestrutura. Segundo ele, a má qualidade dessa
infraestrutura tem impacto direto sobre os acidentes, o meio ambiente e a
competitividade da região.
“A
infraestrutura deficitária de transportes afeta a segurança viária, eleva a
emissão de poluentes, gera engarrafamentos e pressiona os custos logísticos em
virtude do aumento do consumo de combustível e deterioração dos veículos. Como
consequência, o setor produtivo perde competitividade em relação a outros
mercados”, pontua o diretor da CNI.
GARGALOS DA
INFRAESTRUTURA IDENTIFICADOS POR EMPRESÁRIOS DA REGIÃO SUL
qualidade das
rodovias;
acesso aos
portos;
falta de
hidrovias;
custo da
energia;
custo dos
combustíveis;
disponibilidade
de fibra ótica.
tratamento de
água e esgoto.
De acordo com
Roberto Muniz, apesar das dificuldades em estabelecer uma carteira prioritária
de projetos para investimento, o governo federal tem feito esforços para
reduzir o déficit de infraestrutura no país.
O Novo PAC,
elaborado em parceria com estados e municípios, foi anunciado no ano passado
com previsão de R$ 231,1 bilhões para serem alocados na Região Sul – a maior
parte para o eixo “Transporte Eficiente e Sustentável”.
PROPOSTAS
ELENCADAS PELAS FEDERAÇÕES ESTADUAIS DA INDÚSTRIA PARA A REGIÃO SUL
Rodovias
Realizar obras
de adequação, manutenção e expansão de corredores rodoviários estratégicos
como: BR-101; BR-290; BR-376; BR-277; BR-476; BR-116; e BR-392.
Avançar nas
obras do Contorno da Baía de Guaratuba; da Nova Ponte do Guaíba; da Nova Ponte
Brasil e Argentina e da Ponte do Fandango.
Hidrovias
Realizar
reformas estruturais das represas equipadas com eclusas (Amarópolis, Bom Retiro
do Sul, Dom Marco e Fandango).
Dragagem de
desassoreamento e balizamento da Hidrovia de Lagoa Mirim (Brasil – Uruguai),
incluindo o Canal de São Gonçalo/RS.
Eliminar os
gargalos presentes na Lagoa dos Patos e Lago Guaíba relacionados ao
assoreamento de canais.
Instalação de
estruturas de proteção dos pilares das duas pontes sobre o Rio Guaíba.
Portos
Ampliar o
calado nos principais portos da Região (Porto de Paranaguá, Complexo Portuário
da Baía da Babitonga e Porto de Itajaí).
Desestatizar
portos a partir da adoção de administração portuária autônoma, sem
ingerência POLíTICA.
Realizar a
derrocagem para remoção de rocha do canal de acesso do Porto de Laguna.
Elaborar acesso
rodoferroviário ao Porto de São Francisco do Sul.
Ferrovias
Acompanhar e
fiscalizar o processo de concessão (renovação antecipada ou nova concessão) da
Malha Sul.
Estabelecer uma
nova descida da serra do mar para acesso ferroviário ao Porto de Paranaguá.
Viabilizar um
ramal ferroviário entre Chapecó e Passo Fundo para integrar a malha da Região
Sul com a Nova Ferroeste.
Aeroportos
Implantar uma
nova pista no aeroporto Afonso Pena.
Construir,
reformar e reaparelhar o aeroporto Santa Terezinha, em Joaçaba.
Realizar obras
de expansão e homologação dos equipamentos e procedimentos de pouso para
situações meteorológicas adversas no aeroporto de Caçador.
Energia
elétrica
Buscar uma
solução junto a ANEEL para autorizar o Grupo Cobra a assumir o empreendimento
UTE Rio Grande.
Superar as
barreiras regulatórias, mercadológicas, tecnológicas, e de infraestrutura para
geração de energia eólica.
Destravar os
projetos de pequeno porte de geração hídrica que estão em tramitação junto a
ANEEL ou na fase de licenciamento ambiental.
Gás Natural
Garantir
investimentos estruturais para ampliação da capacidade do Gasbol.
Destravar a
venda da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG).
Fonte:
NTC&Logística