Publicado em: 04/10/2023
A 15 dias do fim da colheita nas regiões Oeste e Sudoeste do
Paraná, a Coopavel já recebeu em seus armazéns 180 mil toneladas de trigo e
atingirá 240 mil toneladas em poucas semanas, a maior recepção do grão da
história da cooperativa. “E isso tudo em um momento particularmente especial à
cultura, quando o Brasil se aproxima da autossuficiência, o que deverá ocorrer,
caso o ritmo atual seja mantido, em no máximo dois anos”, informa o presidente
da Coopavel, Dilvo Grolli.
No ano passado, a recepção do grão na cooperativa foi de
188,5 mil toneladas e agora, confirmadas as 240 mil toneladas, o crescimento
então chegará a 27% em apenas um ano. “É uma alta fantástica, que mostra a
evolução dessa cultura ao longo dos últimos anos. As empresas de pesquisa
investiram muito e, atualmente, como mostrou a recente edição do Show Rural
Coopavel de Inverno, há disponíveis no mercado cultivares com produtividade na
casa de seis mil quilos por hectare, mais que o dobro da média nacional de 2,9
mil quilos/hectare”, conforme Dilvo.
O crescimento da produção de trigo no Brasil nos últimos três
anos é surpreendente, comprovando mais uma vez a rápida resposta que o
agronegócio brasileiro, diante do avanço da pesquisa e do comprometimento dos
seus produtores rurais, oferece aos indicadores nacionais e à sua balança
comercial. “No passado, o País chegou perto da autossuficiência e nos últimos
30 anos, principalmente, virou um grande importador, chegando a trazer de fora
7,8 milhões de toneladas em uma única safra, a exemplo do que aconteceu em
2007. Mas de importador, o Brasil segue a passos largos para virar exportador
em pouco tempo”, acentua o presidente da Coopavel.
Avanço de 73,5%
A produção de trigo cresceu 73,5% nos últimos três anos no
Brasil. Ela saltou de 6,2 milhões de toneladas na safra de 2020 e agora atinge
a marca de 10,8 milhões de toneladas. O consumo em território nacional neste
ano será de 12,4 milhões de toneladas, o que ainda gera déficit entre produção
e demanda de 1,6 milhão de toneladas. Há muito espaço ainda para crescermos no
trigo. O Oeste e o Sudoeste do Paraná, que destinam cerca de 440 mil hectares à
cultura, observa Dilvo, podem dobrar essa área e consolidar a sua liderança
nacional no grão.
Na safra de 2023, o Paraná assumirá a liderança na produção
nacional do cereal, com 4,5 milhões de toneladas. Juntos, os três estados do
Sul vão produzir perto de dez milhões de tonelada, ou 90% de tudo o que é
colhido no País. Idealizador do Show Rural de Inverno, o maior palco para trigo
e culturas indicadas para os meses frios do ano, Dilvo Grolli reafirma seu
otimismo com o futuro da triticultura nacional. De acordo com ele, o Brasil dá
passos determinantes para, além da autossuficiência, elevar consideravelmente a
sua produção em tempo recorde e se tornar um exportador do grão que é conhecido
e consumido pela humanidade há dez mil anos.
Fonte: Preto no Branco/ Foto: Reprodução
