Publicado em: 05/12/2023
As adversidades climáticas associadas ao fenômeno El Niño
resultaram em prejuízos financeiros significativos para a agricultura do
Paraná, estimados em R$ 2,5 bilhões, conforme divulgado pelo Departamento de
Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento
do Estado.
O Deral revelou que aproximadamente 1,5 milhão de toneladas
não foram alcançadas em comparação com as projeções iniciais, impactando todas
as regiões, com danos mais expressivos no sul e sudeste do Estado. O secretário
da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, expressou pesar pela
situação, destacando que, embora a presença de um El Niño forte fosse
conhecida, a magnitude das perdas não era esperada.
A cultura mais afetada foi a do trigo, especialmente durante
a colheita da safra 2022/23, registrando uma queda estimada de 980 mil
toneladas em relação ao potencial. Com doenças prévias às chuvas, a produção
finalizou em 3,6 milhões de toneladas, e cerca de 420 mil toneladas do trigo
terão que ser destinadas à ração animal. As perdas totais na produção de trigo
no Paraná se aproximam de R$ 1 bilhão. Outras culturas de inverno, como a
cevada, também enfrentaram prejuízos, que podem somar R$ 200 milhões.
Na safra 2023/24, produtores de fumo foram os mais
impactados, enfrentando um prejuízo projetado de quase R$ 560 milhões e uma
redução de 31 mil toneladas na produção. Culturas da safra de verão, ainda em
fase inicial, já registram prejuízo estimado em R$ 750 milhões, com destaque
para o arroz irrigado, que projeta uma perda de 36,6 mil toneladas.
O milho de segunda safra, uma das principais commodities da
agropecuária paranaense, teve a colheita antecipada antes das chuvas intensas,
favorecendo uma produção recorde de 14 milhões de toneladas, de acordo com o
Deral. O departamento ressalta que, dado o estágio inicial da safra, os valores
apresentados são preliminares e sujeitos a ajustes.
Fonte: Agrimídia/ Foto: Reprodução
