Publicado em: 06/11/2023
O Brasil e, especialmente, o Paraná têm as condições para
sair na frente e produzir hidrogênio verde a preços competitivos, segundo o
secretário estadual de Planejamento, Guto Silva. "Alguns países têm uma
carta para jogar no jogo do hidrogênio. O Brasil tem o baralho inteiro",
afirmou ele durante o evento Paraná em Perspectiva:
Agro e Sustentabilidade, promovido pela Gazeta do Povo na última quarta-feira (1).
Definido pelo secretário como a "energia do
momento", o hidrogênio verde é obtido através de fontes renováveis. Pode
servir como substituto de combustíveis fósseis e tem sido visto como uma
alternativa para a descarbonização da economia no mundo todo. O problema, por
enquanto, é o alto custo.
De acordo com Silva, o Paraná leva vantagem porque tem
características que permitem a produção do hidrogênio verde por meio do biogás
que, por sua vez, pode ser oriundo de dejetos de animais. "Poucos lugares
no mundo têm a capacidade de produzir tanto biogás [quanto o Paraná]. O
potencial de produção de hidrogênio verde [a partir dele] é imenso",
completou o secretário.
Incentivo ao biogás
Segundo o governo estadual, o Paraná tem 169 plantas de
biogás. Outras três serão inauguradas ainda neste ano. No evento Paraná em
Perspectiva: Agro e Sustentabilidade, o governador Ratinho Junior (PSD) afirmou
que deve lançar um programa
de estímulo à produção dessa fonte de energia. A iniciativa incluiria a desoneração de insumos, a
construção de gasodutos interligando propriedades e a criação de linhas de
fomento.
"O mercado precisa de um empurrão. Nosso trabalho é
criar o ambiente para que possamos avançar nesse setor", disse Silva.
Descarbonização da
indústria
De acordo com Rodrigo Regis, consultor da Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas (Fipe) no Paraná, o mercado de energia não pode mais
ser pensado "em termos de kWh", ou seja, somente sob a ótica do
consumo.
"O desafio do hidrogênio não é a geração de energia
elétrica, e sim como usá-lo para fomentar cadeias produtivas dentro do estado e
do país com mais eficiência energética. (...) Temos que pensar em novos
negócios, na descarbonização da indústria", completou.
Fonte: Gazeta do Povo/ Foto: Alex Adam/ SEPL-PR
