Publicado em: 03/12/2024
Segundo dados de um relatório divulgado pela Kinea Investimentos, em 2022 o mercado global de inteligência artificial alcançou um movimento de US$450 bilhões, apontando um crescimento significativo para os próximos anos, que pode alcançar US$900 bilhões até 2026 e representará uma evolução de 19% ao ano.
O Transporte Rodoviário de Cargas, principalmente o segmento de produtos perigosos, enxergou uma oportunidade de utilizar essas tecnologias para redução de acidentes causados por fadiga, sonolências, distração e uso de aparelhos celulares. As inovações tecnológicas permitem que os sistemas possam analisar um grande volume de dados em tempo real, identificando padrões e tomando decisões inteligentes para aprimorar a eficiência, segurança e economia no setor.
Vale ressaltar que as consequências de um único tombamento com vazamento de produto perigoso podem trazer sérios danos à população, ao meio ambiente e às empresas.
Para a Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos (ABTLP), a incorporação de tecnologias avançadas será um dos principais motores de transformação no transporte de produtos perigosos, revolucionando a forma como as operações logísticas são planejadas e realizadas. Para os próximos anos, espera-se que as inovações proporcionem maior segurança, rastreabilidade e eficiência, além de fortalecer a conformidade com regulamentações específicas do setor, impulsionando o desenvolvimento sustentável e competitivo do segmento.
“Os nossos associados já utilizam diversas ferramentas que fazem a diferença no dia a dia. Entre elas, estão os sistemas de monitoramento em tempo real, que permitem acompanhar veículos e cargas de forma contínua, garantindo mais controle e eficiência. Softwares para otimização de rotas e previsão de manutenção preventiva também são bastante utilizados, ajudando a reduzir custos e a melhorar a produtividade. Além disso, soluções que asseguram a integridade e transparência na gestão de documentos e dados trazem mais confiabilidade para as operações. Por fim, os sistemas de telemetria avançada têm sido grandes aliados na segurança operacional, monitorando o desempenho dos veículos e o comportamento dos motoristas”, afirma o presidente da ABTLP, José Maria Gomes.
A obtenção de dados relacionados à velocidade, frenagem, aceleração, rotação do motor e outros fatores faz com que a inteligência artificial possa reconhecer padrões e hábitos de direção inadequados ou perigosos. Com isso, os softwares enviam automaticamente um alerta para a equipe de segurança fazer a análise e emite alertas para o motorista dentro da cabine, tudo sem interferência manual.
Quando questionada sobre o apoio aos associados para a implementação dessas novas tecnologias, a entidade revela que tem como principal foco atuar em parceria com os órgãos reguladores, garantindo a evolução da legislação de acordo com as inovações, no qual cria um ambiente propício para a implementação dessas ferramentas. Também realizam seminários e treinamentos, que promovem a conexão entre as empresas parceiras e os fornecedores, e incentivam o desenvolvimento de parcerias estratégicas que impulsionam o setor.
“E com todos esses benefícios citados anteriormente, em questões de sustentabilidade, a tecnologia atual possibilita a otimização de rotas, diminuindo o consumo de combustível e, por consequência, a redução das emissões de gases de efeito estufa. Além disso, se houver a diminuição de ocorrências, será minimizado o risco de derramamentos de substâncias químicas nocivas, que evita a contaminação do solo, água e ar, e protege a biodiversidade e a saúde humana, além de preservar os ecossistemas naturais”, reforça Gomes.
De acordo com a entidade, o setor ainda enfrenta desafios como os altos custos iniciais de implementação, qualificação profissional e a resistência à mudança em um setor tradicionalmente conversador.
“Para enfrentar esses obstáculos, a ABTLP oferece suporte técnico, promove a troca de experiências entre os associados e busca parcerias com entidades públicas e privadas para viabilizar incentivos fiscais e financeiros que facilitem a adoção dessas tecnologias”, finaliza o presidente.