Publicado em: 15/12/2023
Confederação aponta que
o resultado positivo deste ano não dá início a um novo ciclo de desenvolvimento
e avalia que o PIB atual foi construído sobre fatores conjunturais excepcionais
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta um
crescimento de 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, segundo o relatório
do setor divulgado pela instituição nesta quinta-feira (14).
De acordo com a CNI, o crescimento segue impulsionado pelas
famílias e em parte pelo consumo do governo. Mesmo assim, o crescimento é quase
metade da projeção de 3% em 2023.
A confederação aponta que o resultado positivo deste ano não
dá início a um novo ciclo de desenvolvimento e avalia que o PIB atual foi
construído sobre fatores conjunturais excepcionais, como o expressivo
crescimento do PIB da agropecuária, e com a queda dos investimentos produtivos.
Além disso, a CNI também prevê que o cenário econômico
internacional será pouco favorável, o que deve impedir novos aumentos
históricos no saldo positivo da balança comercial. Neste ano, o saldo recorde
decorre dos volumes exportados de produtos agropecuários, principalmente soja e
milho, e da indústria extrativa, em especial petróleo e minério de ferro.
Outro fator que poderá influir é o crescimento “modesto” das
indústrias de transformação e de construção, com altas de 0,3% e 0,7%,
respectivamente em 2024.
De acordo com a instituição, a indústria de transformação
continuará convivendo com cenários bastante heterogêneos entre os setores
devido à diferença entre a política monetária, que inibe a atividade econômica,
e a política fiscal, que a estimula.
Durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta, o
presidente da CNI, Ricardo Alban, definiu o próximo ano como desafiador.
“Nós ainda temos muitas interrogações. Vamos ver o que sai
desse emaranhado de projetos que estão para ser definidos [no Congresso]. Pode
ser definido como um ambiente psicológico que se cria para o desenvolvimento
econômico no próximo ano e a gente tem que trabalhar muito, mas trabalhar muito
mesmo para aproveitar as oportunidades que a transição energética traz, que o
movimento das cadeias globais estão fazendo para que a gente possa, sim, focar
isso para a indústria”, afirmou.
Fonte: CNN/ Foto: Reprodução
