Publicado em: 05/08/2024
A
defasagem no valor do frete aumentou no TRC, de acordo com dados coletados em
sondagem feita pelo DECOPE da NTC&Logística, afeta a rentabilidade das
operações de transporte. Os custos do frete apurados pela entidade consideram a
cobrança à vista. Como a pesquisa indica a concessão de prazos para pagamento,
a incorporação do custo financeiro não está considerado.
Durante
o primeiro semestre de 2024, a defasagem nos custos praticados alcançou
15,3%, sendo de 12,6% no transporte de carga fracionada (no
qual as cargas de vários clientes são compartilhadas no mesmo veículo) e
de 17,0% na carga lotação (a carga de um único embarcador
ocupa toda a capacidade do veículo).
Esta
diferença negativa entre o frete médio recebido e os custos apurados pela NTC
indica que, apesar da estabilidade dos preços dos insumos nos primeiros seis
meses do ano, o acumulado ainda não foi recuperado. Entre as despesas mais
altas da atividade, o diesel acumula uma alta de 18,2% em
média nos últimos 12 meses, enquanto os preços dos veículos ficaram
76,5% mais caro nos últimos 36 meses.
O
Índice Nacional de Custos de Transporte (INCT), que mede a inflação do serviço
de transporte de carga, também reflete bem esta situação, pois, apesar de ter o
valor de um dos seus principais segmentos, o de carga fracionada, bem próximo
da inflação geral medida pelo IPCA, o da carga fechada, dita lotação, está bem
acima da inflação oficial
A
apuração também identificou que os demais componentes tarifários
continuam tendo a sua cobrança prejudicada, já que grande parte dos
usuários ainda não remunera adequadamente o transportador pelo serviço
prestado, seja pelas situações anormais deste mercado, seja pelos serviços
adicionais.
A
pesquisa revela que boa parte dos transportadores não recebem os componentes
tarifários básicos, como o Frete-valor e o GRIS, e quase um terço não
recebe as estadias garantidas por Lei. Mas, por outro lado, já se tem 12%
das empresas do setor recebendo a TSO (Taxa de Seguro Obrigatório), componente
tarifário lançado há um ano.
Restante
do ano
Para o segundo semestre de 2024, o setor espera um mercado estável com um pequeno aumento de demanda para o setor de transporte de carga. As expectativas para o PIB brasileiro vêm melhorando, o que é bom para o TRC, já que o setor cresce de duas a três vezes o seu valor. Espera-se uma valorização do frete neste período, permitindo que as empresas do setor melhorem seus resultados.