Publicado em: 10/09/2021

O Paraná ainda não teve desabastecimento de combustíveis em função da paralisação de caminhoneiros registrada desde quarta-feira (8) em rodovias de todo o país. "O que pode ocorrer são casos pontuais em alguns postos", informou em nota o Paranapetro (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Paraná). O sindicato pede que os consumidores evitem uma corrida aos postos, o que poderia afetar o abastecimento. "É importante que a população faça um consumo consciente", diz a nota. A expectativa do Sindipetro é que as manifestações não se intensifiquem, pois bloqueios poderiam prejudicar a distribuição de combustíveis.

O presidenombustíveis. 

A Apras (Associação Paranaense de Supermercados) também informaou em nota, que, até o momento, o bloqueio nas estradas não causou rupturas nas lojas e nem afetou o abastecimento.

Sem apoio

Marcos Battistella disse que a paralisação não tem apoio das empresas de transporte do estado. "As empresas não estão apoiando em nada essa paralisação. Tem alguns líderes, ou pessoas querendo ser líderes, mas sabemos que tem uma finalidade política, nem uma pauta de reivindicações eles têm. A gente sente que alguns deles querem colocar os nomes em evidência para possíveis candidaturas", afirmou. "As entidades nacionais de autônomos também são contra a paralisação. São lideranças regionais. Não temos que ficar fechando o país". Ele também disse deste do Setcepar (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Paraná), Marcos Battistella, disse que a paralisação não prejudicou o abastecimento de alimentos no estado. "Tem alguns pontos de interdição e o pessoal fica com certo receio de alguma agressão, mas esperamos que isso já comece a voltar à normalidade. A Polícia Rodoviária já está liberando as estradas e esperamos que até o fim da tarde a situação seja normalizada em todo o país".

Segundo ele, o pior momento foi registrado na tarde de quarta-feira. "Pela manhã tinha só manifestações, mas a coisa foi pegando corpo, aí começam a inflar os ânimos e as pessoas começam a criar coragem, vai juntando mais gente e começam os bloqueios. Tem locais fechados no Brasil, mas devem ser todos liberados". Em 2018, uma paralisação de caminhoneiros que durou 11 dias chegou a causar desabastecimento de postos de cconhecer qualquer apoio à paralisação por parte de representantes do agronegócio que apoiam o presidente Jair Bolsonaro. "Tivemos contato com o setor do agronegócio antes da manifestação de 7 de Setembro, não acredito que estejam interferindo nessa paralisação. Eles são os grandes prejudicados". 

Matheus Stival, diretor de Operações da empresa de alimentos Caldo Bom, disse que a paralisação ainda não causou impactos. "Chegamos a ter alguns caminhões parados, mas nada que impacte no fornecimento de produtos. Temos um estoque relativamente grande". Segundo ele, a empresa chegou a ter dificuldades na paralisação de 2018. "Chegamos a ter problemas, mas aquela paralisação durou bastante tempo. Temos uma frota de terceirizados que atua exclusivamente para a empresa, alçguns ficaram parados e outros encontraram rotas alternativas".

Bloqueio parcial

A PRF (Polícia Rodoviária Federal) informou no início da tarde desta quinta-feira que há apenas um ponto com retenção de cargas no estado, no quilômetro 466 da BR-153, na altura de Porto Vitória. As demais rodovias estão liberadas. No início da manhã o Paraná ainda tinha cinco pontos com bloqueio parcial de caminhoneiros, segundo o Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Dois bloqueios parciais haviam sido registrados no Norte do estado, na PR-455, entre Cambé e Londrina; e na BR-153, na região de Santo Antônio da Platina. No Sul do estado o tráfego foi parcialmente interrompido na PR-180, entre Francisco Beltrão e Marmeleiro, e em dois pontos da BR-476, nas proximidades de São Mateus do Sul e da Lapa.

A concessionária de pedágio Econorte informou na manhã desta quinta-feira que o fluxo de veículos é normal na BR-277 e que há manifestações, sem interdição da rodovia, nos quilômetros 635, em Céu Azul; 668, em Medianeira; e 710, em Sta Terezinha de Itaipu. Segundo a concessionária Arteris Litoral Sul, a BR-116 e a BR-376 seguem sem interdições. A PRF (Polícia Rodoviária Federal) informou que há protestos, também sem interdição da via, na BR-369, nos quilômetros 37 (Andirá), 79 (Sta. Mariana) e 157 (Londrina); na BR-373, no quilômetro 254 (Guamiranga); na BR-376, no quilômetros 109 (Paranavaí), 158 (Mandaguaçu), 188 (Marialva) e 504 (Ponta Grossa); e na BR-476, no quilômetro 285 (São Mateus do Sul).

De acordo com a PRF, 33 pontos de bloqueios nas rodovias federais de todo o país foram liberados na manhã desta quinta-feira, com o emprego de aproximadamente 2 mil agentes.

Fonte: Bem Paraná 

Foto: Ecovia

Paralisação de caminhoneiros não afeta abastecimento de combustível e alimentos no Paraná