Publicado em: 15/07/2024
A Polícia
Rodoviária Federal (PRF) registrou aumento de 6,5% de mortes em sinistros (acidentes) de trânsito nas
rodovias federais paranaenses, no primeiro semestre de 2024, em comparação com
o mesmo período de 2023.
Segundo a Corporação, o aumento de 17 mortes (passando de 261 para 278) tem relação direta com as colisões frontais, tipo de sinistro causado predominantemente pelas ultrapassagens proibidas ou forçadas e pelo excesso de velocidade.
Ainda conforme
o levantamento, das 278 pessoas que faleceram por sinistros de trânsito nas
rodovias federais paranaenses, 93 foram vítimas em sinistros do tipo colisão
frontal, resultando em uma interrupção brusca da trajetória do veículo e de
seus ocupantes.
Em 2023, foram
74 pessoas mortas nesse tipo de sinistro, 21% menos do que neste ano. Como
exemplo do potencial de danos, à velocidade de 100 km/h, o corpo humano passa a
se comportar como tendo um peso 28 vezes maior. Sendo assim, no caso de uma
desaceleração brusca, os órgãos sofrem danos severos, pois tendem a continuar
na mesma trajetória e velocidade. Nas colisões frontais, pelo somatório de
energia dos veículos, os danos tendem a ser de maior gravidade.
As colisões
frontais são o sétimo tipo de sinistro mais frequente (aproximadamente 7% das
ocorrências), mas responde por 1/3 das mortes registradas no estado. A maior
parte dessas colisões (54%) aconteceram em trechos sem duplicação, com o fluxo
de ambos os sentidos dividindo a mesma pista.
Ultrapassagens
proibidas
Ao acompanhar
os casos, a PRF reforçou a fiscalização de ultrapassagens proibidas e de
excesso de velocidade, realizando, além do trabalho ordinário, comandos
direcionados a estas infrações. Como resultado, houve um aumento de 5,3% dos
flagrantes de ultrapassagens proibidas e de 3,5% nos flagrantes de condutores
circulando com velocidade acima da permitida.
Entretanto,
para reduzir mortos e feridos é indispensável que os condutores tenham um
comportamento de segurança nas rodovias, respeitando as normas de trânsito.
Para o condutor
que já segue essas regras, a PRF recomenda que adote um comportamento
defensivo: sempre que avistar outro condutor em ultrapassagem, mesmo que
proibida, diminua a velocidade e, se necessário, desloque-se mais para a
direita da via.
Antes de
realizar ultrapassagens, o condutor deve observar se tem velocidade suficiente
para concluí-la com segurança, se não existe outro veículo que já tenha
iniciado a mesma manobra atrás e sinalizar com as luzes do veículo: utilizando
a seta de direção e piscando o farol para o condutor que vai à frente. Para
maior segurança, os condutores devem também optar por ultrapassar apenas um
veículo por vez.
De acordo com o
superintendente da PRF no Paraná, Fernando César Oliveira, a maioria dos
sinistros fatais é perfeitamente evitável porque estão ligados ao comportamento
humano, a atos de imprudência.
“Entre as
principais causas estão, sempre, o excesso de velocidade, as ultrapassagens
malsucedidas e a desatenção. Trechos críticos de rodovias existem, sim. Mas o
que mais mata no trânsito são as condutas críticas, independentemente das
condições da pista e do clima“, explica Oliveira.
Atropelamentos
de pedestres
Segundo a
Corporação, outro tipo de sinistro que preocupa é o atropelamento. Nos
primeiros seis meses deste ano, 48 pedestres morreram atropelados, nove a mais
do que o mesmo período de 2023. Usuários mais frágeis do trânsito, os pedestres
estão ainda mais fragilizados nas rodovias pela velocidade mais alta do que a
do trânsito urbano.
Os
atropelamentos de pedestres estão diretamente ligados à falta de uma condição
básica de segurança no trânsito das rodovias: ver e ser visto. A luminosidade
natural da luz solar fornece uma condição em que tanto os condutores quanto os
pedestres conseguem assimilar os riscos e adotar comportamentos para evitar
sinistros. Das 48 mortes neste tipo de sinistro, 40 ocorreram à noite ou em
horários em que o sol está nascendo ou se pondo.
Além de sugerir
mudanças para órgãos e entidades que administram as rodovias, a PRF tem
fiscalizado as condições dos veículos que possam aumentar o risco de
atropelamentos, como o funcionamento das luzes e o estado do para-brisa.
Apenas nesse
semestre de 2024, foram realizadas 10.496 autuações, nas BRs paranaenses, em
veículos que estavam com seus equipamentos obrigatórios em desacordo com o
Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Para os pedestres que precisem utilizar as rodovias à noite, a PRF recomenda que utilizem sempre o acostamento, usem roupas claras, façam uso da lanterna do celular para se tornarem mais vistos e que caminhem no sentido contrário ao dos veículos.
Fonte:
Estradas