Publicado em: 04/10/2024
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) conta com o uso de drones
para fiscalizar rodovias do País e identificar infrações cometidas por
motoristas, como mexer no celular enquanto dirige, caminhões trafegarem pela
faixa da esquerda e falta do uso de cinto de segurança por parte de condutores
e passageiros. Até este início de outubro, a prática vem sendo adotada em
estradas de Santa Catarina e Minas Gerais, e também já foi testada temporariamente
em vias de Espírito Santo e Pará.
Existe a previsão de que a tecnologia seja aplicada em breve
no Rio Grande do Sul. A expansão do uso de dispositivos de videomonitoramento
para todo o território nacional não tem ainda um prazo.
A medida começou no dia 26 de julho, na chamada fase de
implementação. Em Minas Gerais, onde os drones são usados desde 30 de agosto, o
dispositivo de videomonitoramento é utilizado sobre a BR-262, no trecho de
serra, entre as cidades de Campos Altos e Luz.
A Superintendência do Estado mineiro afirma que, mesmo com
as placas sinalizando a presença do equipamento no trecho, dezenas de
ultrapassagens realizadas em local proibido, além de outras infrações, já foram
flagradas pelos agentes da PRF.
Em Santa Catarina, os drones são controlados para sobrevoar
a BR-282 (Via Expressa) e a BR-101, entre os municípios de São José e Palhoça.
Neste ponto, já existe sinalização de placas informando sobre o tipo de
fiscalização na área.
Conforme a PRF, os drones usados no Estado catarinense
possuem capacidade de zoom de até sete vezes e podem voar a altitudes entre 10
e 20 metros.
Os equipamentos são registrados na Agência Nacional de
Aviação Civil (Anac) e os policiais responsáveis pela condução dos aparelhos
possuem certificação para esse tipo de tarefa.
Como funciona?
Segundo Jeferson Almeida, coordenador-geral de segurança
viária da Polícia Rodoviária Federal, os drones em operação atualmente são
programados para sobrevoar por duas horas, e os pontos e períodos escolhidos
são definidos com base no índice de registros da região.
O drone é descrito como um “binóculo moderno”, porque amplia
a visão dos policiais nas vias. “Os horários mais críticos para sinistralidade
são pouco depois da hora do almoço e no começo da noite”, explica Almeida.
O coordenador de segurança viária explica que infratores
flagrados pelos drones geralmente não são abordados no momento do flagrante por
motivos de segurança. “É perigoso posicionar uma viatura em locais onde não há
acostamento, por exemplo.”
A estratégia é identificar e autuar após identificada a
infração para evitar que os motoristas sejam parados dentro de um cenário de
alto volume de veículos nas estradas e pouco espaço para abordagem policial.
“O que fazemos é monitorar de forma remota e, ou fazer a
autuação em um local mais seguro momentos depois, ou notificar o condutor com
uma multa sendo enviada para a sua casa”, diz Almeida.
Para o coordenador-geral da área de segurança viária, a sua
implantação não tem o objetivo de ser meramente punitiva. “Não estamos fazendo
isso (uso de drones) para multar ninguém, mas para evitar mais acidentes.
reduzir a sinistralidade e salvar vidas”, afirma.
Implantação em todo território nacional
Conforme Almeida, existe o interesse de expandir a prática
para todo o País, mas tudo vai depender da eficiência da medida nos locais onde
ela já está implementada.
Aplicar o uso de drone, conforme o próprio coordenador da
PRF, não é simples. É necessário treinar policiais, habilitá-los para o
controle do equipamento, fabricar as sinalizações para serem instaladas nas
estradas, entre outras obrigações que tornam a aplicação do instrumento algo
feito em etapas.
“A gente pretende expandir, mas também vai depender da
qualidade do drone, da sua capacidade de voo e gravação, porque a fiscalização
tem que ser feita em tempo real. É como se fosse o próprio policial estivesse
vendo a ocorrência”, diz ele.
Almeida fala que ainda é cedo para avaliar a implantação dos drones nos locais onde a prática já está mais estabelecida. “No momento ainda não posso adiantar nada. É muito recente (o uso dos equipamentos nas estradas). Existem pessoas que cometerem uma infração e ainda nem receberam a multa em casa”, afirma Jeferson Almeida.
Fonte: Bem Paraná