Publicado em: 09/11/2023
Na passagem de agosto para setembro, a produção industrial
brasileira variou 0,1%, com altas em cinco dos 15 locais investigados pela
Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional. Os maiores avanços foram observados
no Pará (16,1%), Rio de Janeiro (3,1%), Ceará (2,2%) e Paraná (1,8%). Por outro
lado, São Paulo, maior parque industrial do país, apresentou recuo de 1,1%. O
encolhimento foi ainda maior no Rio Grande do Sul (-5,4%). Já a produção
industrial catarinense apresentou queda de 0,2% em setembro frente a agosto. Na
comparação com setembro de 2022, a indústria mostrou avanço de 0,6%. O
acumulado no ano apresentou variação negativa de 0,2%. Os dados são do IBGE.
Em abril, foram divulgados pela primeira vez os resultados da
PIM Regional após as atualizações na seleção de amostra de empresas, unidades
locais e lista de produtos, além da inclusão de três novos locais: Rio Grande
do Norte, Maranhão e Mato Grosso do Sul, totalizando 18 locais. Para os novos
locais ainda não há informações do mês frente ao mês anterior.
"Continuamos com a leitura de um comportamento gradual e moderado da
indústria, no qual observamos um arrefecimento na produção, ocasionado por fatores
como os juros elevados, o que leva ao encarecimento do crédito e diminuição da
linha de crédito e diminui as decisões de investimentos por parte dos
produtores. Fatores esses que também ocasionam uma cautela na tomada de decisão
na parte das famílias, afetando o consumo", avalia o analista da pesquisa,
Bernardo Almeida.
Em termos regionais, a maior alta absoluta e maior influência
positiva em setembro veio do estado do Pará, com taxa de 16,1%, tendo o setor
extrativo como o principal responsável por esse crescimento. "Vale
ressaltar que o parque industrial paraense é mais concentrado no setor
extrativo, por isso esse setor tem uma grande importância na indústria local.
Com esse resultado, o Pará elimina a perda acumulada nos três meses anteriores.
Entre junho e agosto, a perda acumulada havia sido de 14,1%", destaca
Almeida.
Já a maior influência negativa no mês veio de São Paulo,
maior parque industrial do Brasil e que detém aproximadamente 33% da produção
industrial nacional, apresentando índice negativo de 1,1%. As maiores
influência na queda da indústria paulista foram os setores de alimentos e de
veículos automotores. "Vale salientar que esse comportamento da indústria
paulista representa uma queda de ritmo gradual e conseguimos ver esse
comportamento refletido também na indústria nacional. Essa queda de ritmo é possível
ser observada quando comparamos com o patamar pré-pandemia. Em setembro,
observamos que São Paulo registrou taxa 1,6% abaixo do pré-pandemia, em
fevereiro de 2020. Isso é explicado justamente pelos fatores que citamos
anteriormente para a indústria nacional, que acaba acarretando um comportamento
mais cauteloso e moderado nas tomadas de decisões por partes dos
produtores", detalha Almeida.
Fonte: Amanhã/ Foto: Reprodução
