Publicado em: 09/05/2024
O governo
Carlos Massa Ratinho Junior participou nesta quarta-feira (8) do painel
"Perspectivas para o desenvolvimento da cooperação econômica
polonês-brasileira" no Congresso Econômico Europeu em Katowice,
na Polônia. O fórum debate o futuro da economia polonesa e europeia sob a
perspectiva de experiências de outros países.
O Paraná foi
convidado porque mantém uma parceria com a província da Silésia, a mais
industrializada do país, desde 2023, e porque figura em posição de destaque na
economia brasileira, com a menor taxa de desemprego desde 2014, crescimento
do PIB superior à média nacional e maior índice de atividade
econômica do Brasil.
O governador
destacou que o PIB do Paraná cresceu 5,8% no ano passado, enquanto a
economia brasileira teve alta de 2,9%. Todos os setores da economia
paranaense fecharam o ano em alta. O desempenho geral foi puxado principalmente
pelos resultados da agropecuária, que cresceu 26,91% no Estado no período – no
ano passado, por exemplo, houve recorde na produção de proteína animal. O
setor de serviços do Paraná cresceu 4,18% e a indústria teve avanço de 3,79%.
“O Estado do
Paraná tem conciliado crescimento econômico com sustentabilidade. O Paraná é um
exemplo que não há contradição em produzir em larga escala e preservar o meio
ambiente. Nossas indústrias estão apostando em estratégias verdes, nosso agronegócio
passa por uma grande transformação na produção de energia, com apoio do Estado
para utilização de energia solar, biogás e transformação em biometano, e temos
diversos programas que têm essa sinergia, inclusive na infraestrutura, com a
aposta no modal ferroviário para o futuro”, disse Ratinho Junior.
Ele também
lembrou que o Paraná foi reconhecido por três vezes consecutiva como mais
sustentável do País e que participa de um programa pioneiro da Organização para
a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) de aceleração dos
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), cujos primeiros resultados já
indicaram que o Estado é referência internacional na agenda global em defesa do
clima. Ele apresentou iniciativas como o Paraná Mais Verde, de replantio de
florestas, o programa de proteção de nascentes e políticas como o ICMS
Ecológico.
"O Paraná
tem no agronegócio a sua vocação, com as maiores cooperativas do Brasil e com
uma agroindústria muito forte, exportando para 200 países. Também temos um parque
fabril gigante com indústrias de automóveis, celulose, bebidas, extração
mineral, metalurgia, petroquímica, enfim, uma série de iniciativas que tornam
nossos municípios lugares com muita qualidade de vida. E também temos
registrado um grande ciclo de empregabilidade desde o pós-pandemia, com recorde
no número de empregos ativos, o que induz ainda mais o desenvolvimento
social", complementou.
Ele também
disse que a parceria com a Polônia vai ajudar os técnicos do Paraná a encontrar
novos parâmetros para a economia. "Estamos planejando o Estado do futuro
como uma grande central logística, apostando no potencial produtivo das nossas
cidades, investindo em inovação e na rede de sete universidades públicas
estaduais, e reforçando também o nosso potencial turístico, que é um dos
setores que mais crescem no Paraná e que está dentro da economia verde, que já
reúne 32% do nosso PIB", complementou.
Também
participaram da apresentação o secretário de Planejamento, Guto Silva, o
diretor financeiro do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE),
Wilson Bley Lipksi, o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin, e o
coordenador da Superintendência Geral de Desenvolvimento Econômico e Social do
Paraná, Luís Paulo Mascarenhas.
SILÉSIA –
A Silésia é a província com a maior densidade populacional entre as 16 da
Polônia e tem como capital a cidade de Katowice. É a região mais urbanizada e
com maior potencial econômico do país europeu. Abriga 11 universidades
públicas, incluindo a Universidade da Silésia, em Katowice, o maior centro
educacional do país, além de um moderno parque industrial.
A região está
em processo de transição econômica, com uma presença ainda muito forte da
mineração e indústria pesada e, portanto, apresenta desafios de
sustentabilidade e busca de novas oportunidades de desenvolvimento. Por isso, a
inovação e a sustentabilidade representam uma grande oportunidade de cooperação
com o Paraná, que nos últimos anos se tornou uma referência nesse quesito.
A Silésia
também está localizada em uma das mais importantes zonas especiais de comércio,
o que atrai muitos investidores estrangeiros. A região está em um processo de
transição energética, em que 70% da energia é gerada a partir da queima de
carvão, e que pretende aprender com o Paraná, que é uma referência na geração
de energias de fontes limpas e renováveis.
O acordo é uma
continuidade do trabalho iniciado no Programa de Cooperação Internacional
Urbana e Regional (IURC, na sigla em inglês), criado pela União Europeia.
A cooperação tem como foco o desenvolvimento da chamada Estratégia para
Inovação Regional (Research and Innovation Smart Specialization Strategy).
O IURC visa
conectar cidades e estados de diferentes países para que compartilhem soluções
para problemas em comum. É uma estratégia de longo prazo elaborada pela União
Europeia para fomentar o desenvolvimento urbano e regional sustentável em
cooperação com os setores público e privado, comunidades e cidadãos. Entre as
10 regiões selecionadas na América Latina, o Paraná é o único estado brasileiro,
ao lado de duas regiões do Peru, uma do Chile, duas do México, duas da
Argentina e duas da Colômbia.
A escolha da
conexão foi feita pela União Europeia, por meio de dados previamente enviados
pelas cidades e estados da América Latina e da Europa, onde as áreas de
interesse são apresentadas. Ao cruzar os dados recebidos de várias regiões da
Europa e América Latina, a coordenação técnica do programa identificou
semelhanças e oportunidades entre o Paraná e a Silésia para juntos buscarem
caminhos para o desenvolvimento regional com base em inovação e
sustentabilidade.
Atualmente, são
cerca de 1,2 milhão de descendentes de poloneses no Brasil, 300 mil residem em
Curitiba, considerada a cidade mais polonesa do Brasil.
OUTRAS
AGENDAS – A agenda internacional na Polônia começou nesta terça-feira (7)
com uma visita de diretores da Invest Paraná à Agência de Desenvolvimento
Regional e o FabLab. A agência é uma sociedade anônima que busca
investimentos para a região de Bielsko-Bia?a. O seu objetivo é implementar
projetos de apoio e melhoria da competitividade das micro, pequenas e médias
empresas. O FabLab Silésia é um laboratório de fabricação digital com
impressoras 3D, máquinas de corte a laser, fresadoras CNC e outros
equipamentos.
Nesta quarta,
Ratinho Junior também se encontrou com Khlaed Mubarak Al By Saeedi, diretor
de Desenvolvimento Comercial do governo dos Emirados Árabes
Unidos, Kasha Piquette, ministra do Ambiente e Áreas Protegidas do governo
de Alberta, no Canadá, e Heather Carmichael, diretora do Escritório de Mudanças
Climáticas do governo de Alberta. Eles conversaram sobre agronegócio, pautas
ambientais e a economia paranaense.
Fonte: Governo do Estado do Paraná