Publicado em: 12/04/2024
Apesar de um
certo ânimo no início deste ano com as altas demandas de fretes no transporte
rodoviário de cargas, existem empecilhos para grande parte das empresas do
segmento, especialmente na expansão de suas frotas, devido à alta taxa de juros
para o financiamento do pagamento de veículos. Conforme dados da B3, no
primeiro semestre de 2023, o número de contratos para a venda de caminhões caiu
3,65% em comparação ao mesmo período de 2022.
Na visão de
Marcel Zorzin, diretor operacional da Zorzin Logística, destaca-se que a maior
influência para essa redução está no fator econômico: “Acredito que o
crescimento econômico influencia diretamente, porque se houvesse uma demanda
mais alta, estaríamos vendendo implementos, mesmo com os preços que estão no
mercado. Nos últimos anos, os veículos subiram mais de 50%. São fatores
diversos, mas o crescimento econômico é o que nos ajuda a realizar
investimentos.”
Corroborando
com a informação, uma nova pesquisa de sondagem, realizada pelo Instituto
Paulista do Transporte de Carga (IPTC) e encomendada pelo Sindicato das
Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo e Região (Setcesp), revelou que
72% das empresas do setor ainda enfrentam dificuldades para adquirir
determinados insumos, dentre eles: pneus, diesel, peças e, especialmente, os
caminhões.
Segundo Marcel
Zorzin, essa situação está relacionada ao que as empresas e empresários
discutem em comparação com os preços no mercado, ou seja, na busca por um
veículo que atenda às suas demandas.
“Como
empresário, o primeiro ponto será buscar um custo-benefício acessível; o
segundo é analisar o consumo médio desse veículo em relação aos concorrentes.
Depois disso, mapearemos para qual tipo de operação o caminhão será utilizado,
seja para viagens, entregas ou outros. Por fim, entenderemos se vamos responder
às demandas das rotas que temos. São esses os pontos que considero
fundamentais.”
Para enfrentar
esses desafios, as empresas estão buscando alternativas como a locação de
caminhões, que, segundo dados da Associação Brasileira das Locadoras de
Automóveis (ALBA), emplacaram 10.211 unidades em 2023. Isso representa um
crescimento de 39% em comparação com 2022 e quase 11% de todos os caminhões
emplacados em 2023.
Na Zorzin, por
exemplo, pretende-se apostar nesse mercado para suprir as demandas da empresa:
“Como somos de um nicho específico (transporte de produtos perigosos), é
difícil o cliente aceitar um veículo agregado, só conseguimos isso na atividade
de distribuição e bem aplicado. O que temos mapeado para os próximos meses é a
locação de veículos, visto que o mercado não tem nos favorecido na compra de
veículos, seja para ampliar ou renovar. Seguindo esses modelos, conseguiremos
nos manter atualizados no mercado e por um custo mais viável”, descreveu o
empresário.
A visão dos
executivos do setor encontra-se bastante otimista para os próximos meses, pois
entende que o Brasil começa a ser impulsionado a partir do segundo trimestre do
ano. Com isso, os planejamentos estratégicos e a organização até a chegada de
bons números serão os refúgios para as empresas.
Fonte: Blog do Caminhoneiro