Publicado em: 28/06/2021
O Paraná é responsável por 43 milhões de toneladas da produção agrícola brasileira, sendo que 66% são enviados por transporte rodoviário de cargas, Segundo a Federação das Empresas de Transporte de Cargas no Estado do Paraná (Fetranspar).
São produtos transportados por caminhoneiros autônomos ou contratados, que muitas vezes realizam o sonho de viajar o país, por meio da profissão. O caminhoneiro Marcos escolheu ser motorista, mas prestar serviços a uma empresa.
"Pela minha condição, casado com filho, aqui tenho escala de trabalho, salário fixo, plano de saúde, seguro de vida e outros benefícios que agradam muito", diz Marcos Fernando Andrzejeski.
Em época de safra, aproximadamente 18 mil caminhões saem do campo com destino às cooperativas do estado e também para o porto de Paranaguá. Ponta Grossa, nos Campos Gerais, é rota de passagem, considerada um dos principais centros logísticos.
"Ponta Grossa e região tem 3.800 empresas e quase 40 mil empregos diretos na área de transporte", diz Sérgio Luiz Malucelli, presidente da Fetranspar.
O caminhoneiro José Carlos Kosmoski, de 63 anos, tinha o sonho de percorrer o Brasil dentro da boleia. O primeiro caminhão, ele comprou quando ainda era jovem.
"Aí comprei o caminhão, tinha vontade de conhecer São Paulo, fui pra lá desbravar", contou.
O aposentado, que ainda se mantém na profissão, queria "crescer na vida", constituir família, construir casa e encontrou no transporte a oportunidade de conquistar tudo isso e ainda viajar.
Movimento nas estradas
A transportadora do empresário Edis Moro Conche, com frota própria e 230 motoristas contratados, fica em Ponta Grossa. "A empresa tem 52 anos, atua no país todo, é movida principalmente pelo agronegócio", diz.
Em 2020, a produção de soja no Paraná bateu recorde, atingindo a marca de 20 milhões de toneladas, resultado que ajudou a manter o transporte de cargas funcionando, apesar da crise econômica.
"Temos a fase de ouro, colheita de soja, milho, pego frete direto da fazenda, sem atravessador, é um frete melhorado", diz o caminhoneiro José Carlos Kosmoski.
De cada dez caminhões que passam pelos Campos Gerais do estado, sete são ligados ao agronegócio, segundo a Fetranspar. No ano passado, o movimento foi 5% maior do que em 2019.
Nos primeiros meses de 2021, o crescimento passa de 19%, na comparação com 2019. "A gente tem esperança que com esse novo contrato de pedágio seja melhor para toda a cadeia produtiva", afirmou Edis Moro Conche.
Caminhoneiros que amam a profissão não pensam em parar: "Meu pai é motorista, tá no sangue, nasci no caminhão praticamente", diz Marcos Fernando Andrzejeski.
Segundo Sérgio Luiz Malucelli, as melhorias no setor precisam continuar. "É preciso investir em toda a estrutura, não só anel de integração, mas nas vias que dão acesso." disse.
Fonte: G1