Publicado em: 09/12/2022
A Polícia Rodoviária Federal do Paraná liberou na noite
desta quarta-feira (7) o tráfego na BR-376, no litoral do estado, após nove
dias de interdição total dos dois sentidos das pistas. Com a abertura dos
bloqueios, os congestionamentos chegam a 15 quilômetros.
A rodovia é a principal ligação entre o Paraná e Santa Catarina
e foi fechada depois de um grande
deslizamento de terra que causou a morte de duas
pessoas e deixou nove veículos soterrados.
A interdição das pistas e outros
desmoronamentos em rodovias federais e estaduais do Paraná e Santa
Catariana, causados pelas fortes chuvas que caem no sul do país, deixaram a
BR-116 como único acesso para veículos de carga entre os dois estados.
A liberação da BR-376 foi feita com viaturas da PRF e carros
de apoio da concessionária, orientando o trânsito e sinalizando toda a extensão
da serra, com apenas uma faixa liberada em cada sentido.
Os congestionamentos já estavam previstos e causam lentidão
no trajeto entre Curitiba e Santa Catarina. "A operação em pista simples
ocorre para garantir a segurança de quem trafega no local", informa a
concessionária Arteris, responsável pelo trecho.
Segundo a empresa, houve avaliação técnica sobre as condições
de segurança da rodovia e que foram realizados trabalhos de limpeza,
drenagem, recuperação de pavimento e sinalização, finalizados com a melhora no
tempo. Onze semáforos foram instalados na descida da serra, avisando sobre
interrupções no tráfego.
"As readequações foram importantes para que a empresa
possa realizar a recomposição do talude e tomar as outras medidas necessárias
para a normalização do tráfego no local. A concessionária pretende realizar a
liberação gradual das demais faixas do trecho conforme o avanço das obras de
contenção. As encostas do segmento também continuarão sendo monitoradas pela
equipe técnica da concessionária", diz, em nota.
O DESLIZAMENTO
A lama que caiu da encosta no quilômetro 669 da BR-376
arrastou nove veículos para um despenhadeiro e mobilizou centenas de
bombeiros, equipes
de buscas, cães farejadores e drones com sensor de calor durante cinco
dias.
Além dos dois mortos, seis pessoas foram resgatadas da terra
e outras seis
conseguiram sair dos veículos. Inicialmente, o governo chegou a
divulgar 30
desaparecidos sob a terra.
O acidente resultou na abertura de dois procedimentos. No
sábado (3), a Polícia Civil do Paraná começou a investigar o caso e diz que
está ouvindo sobreviventes e testemunhas do desmoronamento.
"O inquérito policial foi instaurado devido à
complexidade do sinistro e foi determinado que a Dedetran (Delegacia de Delitos
de Trânsito) iniciasse as investigações para apurar o fato", informou a
polícia.
O Ministério Público Federal também abriu procedimento para
apurar eventual
responsabilidade pelo deslizamento de terra.
"O MPF está acompanhando e aguardando o envio de
informações solicitadas, com urgência, à concessionária e à PRF, sem prejuízo
de eventual instauração de procedimentos em outros temas, como
consumidor/ambiental", informou o órgão.
A Polícia Rodoviária Federal no estado diz que nas ações
relacionadas a ocorrências envolvendo a estrutura da rodovia, como pontes,
obras e encostas, o monitoramento, fechamento, desobstrução e liberação da via
ocorre após análise, que é de competência técnica dos órgãos responsáveis pela
infraestrutura viária. "O Dnit [Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes] nas rodovias federais sem concessão e as concessionárias nas
rodovias pedagiadas."
A concessionária Arteris afirma que as equipes seguem
trabalhando no local e que houve um importante avanço na recomposição do
pavimento.
Fonte: Folha de São Paulo / Foto: Divulgação/AEN
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