Publicado em: 10/08/2023

10 bancos e instituições financeiras realizaram as reservas das ações ordinárias da Companhia Paranaense de Energia (Copel) na Bolsa de Valores de São Paulo na terça-feira (8). Veja quais são os bancos mais abaixo.

Segundo o comunicado da Copel de fato relevante ao mercado, a venda foi de mais de R$ 4,5 bilhões, mas a RPC apurou que, diante da procura, houve abertura de um lote suplementar e, desta forma, a arrecadação pode superar R$ 5,2 bilhões, se a comercialização for concluída.

Dentro do valor de R$ 4,5 bilhões, o Governo do Paraná arrecadará R$ 2,634 bilhões, ficando com controle acionário de 17,9%.

Se o lote suplementar for concluído, a arrecadação do Estado vai para R$ 3,16 bilhões , segundo apurou a RPC. Neste caso, o Paraná terá participação de 15,65% no capital social da corporação.

O registro das ofertas das ações está previsto para ser formalizado nesta quarta-feira (9) junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O valor fixado das ações, segundo a Copel, foi de R$ 8,25.

Pelo primeiro calendário da companhia, a negociação das ações na Bolsa ficou marcada para quinta-feira (10), e a liquidação na sexta (11) – data que os investidores terão para realizar os pagamentos, conforme apurou a RPC.

Antes da venda, o Governo do Paraná era o maior acionista, com 31,1% de participação no capital social. No projeto de desestatização, aprovado em 2022, estava previsto que o governo deveria manter pelo menos 15% de participação.

O g1 aguarda retorno da Copel para comentar o avanço da desestatização.

O Governo do Paraná disse que deve utilizar o dinheiro a ser arrecadado com a venda de ações da Copel em obras de habitação, educação, infraestrutura urbana e rodoviária e sustentabilidade.

Confira, abaixo, os bancos que atuaram nas reservas como coordenadores de oferta:


O Banco BTG Pactual S.A.;

Banco Itaú BBA S.A.;

Banco Bradesco BBI S.A.;

Banco Morgan Stanley S.A.;

UBS Brasil Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários S.A.


No comunicado ao mercado, a Copel também disse que existe a possibilidade de comercialização de ações no exterior: Internacionalmente, as ações no exterior serão intermediadas por:

BTG Pactual US Capital, LLC;

Itau BBA USA Securities, Inc.;

Bradesco Securities, Inc.;

Morgan Stanley & Co. LLC;

UBS Securities LLC (em conjunto, “Agentes de Colocação Internacional”).

Pela lei, todo o valor recebido pela venda deve ser aplicado, obrigatoriamente, em investimentos.


Divisão da oferta

Para desestatização, a Copel anunciou 549 milhões de ações ordinárias, sendo 319.285.000 do Estado do Paraná e 229.886.000 ações emitidas pela própria empresa.

Na segunda-feira (7), o conselheiro Maurício Requião, do Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR), tentou barrar o processo de venda temporariamente, mas teve decisão liminar derrubada pela presidência do órgão.


O Paraná na Copel

Além do mínimo de 15% de participação na Copel, o Governo do Paraná vai continuar participando da empresa com uma ação de classe especial, chamada golden share, com poder de veto para garantir investimentos.

No anúncio de venda, no ano passado, o governo afirmou que mesmo com a saída do Estado como acionista majoritário, ficará mantida a obrigação da Copel continuar com o mesmo nome, além da sede não poder sair de Curitiba.


Tarifa

Quando o processo de venda da Copel foi anunciado, o Governo do Paraná disse que as mudanças não impactarão na tarifa, “porque esse controle é definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)”.


A venda da Copel

Em 2022, deputados estaduais aprovaram a venda parcial da companhia, um projeto do Governo do Paraná. Na época, os parlamentares de oposição argumentavam que a proposta era uma forma velada de privatização. O Estado sempre negou.

Os parlamentares contra a venda das ações também argumentavam que o processo era incoerente, uma vez que a Copel é a empresa mais lucrativa do Estado.

Um dos argumentos do Governo do Paraná para a transformação da Copel foi que o movimento possibilitaria a e empresa manter e prorrogar os contratos de concessão de ativos de geração, como da usina Foz do Areia, responsável por mais de 30% da capacidade de geração da companhia.

Outro argumento foi que a transformação da Copel aumentaria a competitividade no "setor elétrico brasileiro para beneficiar o consumidor paranaense."

Na época, o governo também disse que a transformação da Copel possibilitaria ao estado continuar a "monetizar parcialmente sua participação na companhia".

A Copel é a maior empresa do Estado do Paraná e está entre as maiores companhias elétricas do Brasil. Atualmente, são atendidas 4,5 milhões de unidades consumidoras em quase 400 municípios.


Fonte: g1

Bancos reservam ações da Copel na Bolsa, e Governo do Paraná deve arrecadar pelo menos R$ 2,6 bi