Publicado em: 30/07/2025
Desde que o exame toxicológico de larga janela de detecção foi implementado em 2016 para motoristas profissionais das categorias C, D e E, seus resultados são contundentes: redução de 34% nos acidentes com caminhões e 45% com ônibus nas rodovias federais, economia estimada em R$?74 bilhões ao PIB logo no primeiro ano e mais de 28 mil motoristas reabilitados após diagnóstico positivo para uso de drogas. Esse histórico inspirou o PL?3965/2021, aprovado por Senado e Câmara e parcialmente pela Presidência da República – que vetou o trecho da medida que estendia o exame para a primeira CNH.
A ampliação de sua aplicação pode contribuir para mudar um cenário delicado: no estado de São Paulo, 48% das mortes no trânsito estão associadas ao consumo de álcool ou drogas; jovens, público majoritário da primeira habilitação, apresentaram aumento de 20% no uso de drogas sintéticas entre 2009 e 2019, segundo o UNODC e a PeNSE/IBGE.
“Estamos diante de uma política pública eficaz, que conta com ampla aprovação popular e é respaldada por evidências científicas. A ampliação do exame toxicológico para quem quer tirar a primeira CNH é um passo lógico e urgente”, afirma Paulo Rebello, ex-Diretor-Presidente da ANS.
Além de contribuir para a redução de acidentes e mortes, o exame toxicológico também se mostrou um aliado da saúde pública e da reinserção profissional: entre 2016 e 2019, mais de 28 mil motoristas que haviam testado positivo para substâncias psicoativas refizeram o exame após tratamento e reabilitação e obtiveram resultado negativo, comprovando a eficácia do instrumento também como medida auxiliar para a saúde pública. Por isso, a revisão do veto ao PL 3965/2021 contribui para a preservação de uma política pública que já demonstrou capacidade de prevenir tragédias, proteger vidas, promover reabilitação e tornar o trânsito brasileiro mais seguro.
Fonte: Blog do Caminhoneiro
