Publicado em: 20/05/2022
A atividade de
comércio exterior fechou o mês de abril com alta de 3,9% no Paraná comparação
com o mês anterior. As exportações somaram US$ 1,87 bilhão. Já as im chegaram a
US$ 1,76 bilhão, 2,7% a menos do que o registrado em março. Assim, a quedas
seguidas, a balança comercial paranaense fechou o mês com saldo positivo 115,5
milhões. As informações foram divulgadas pela Secretaria de Comércio Exte do
Ministério da Economia.
Na comparação
com abril de 2021, o resultado de vendas externas é negativo. E, no acumulado
do ano, o crescimento chegou a 17% em relação ao primeiro quadrimestre do ano
passado, com US$ 6,4 bilhões negociados, contra US$ 5,5 bilhões no mesmo
período de 2021.
O produto
mais vendido para fora do país pelo Paraná este ano foi soja (US$ 1,85
bilhões), que representa 29% da pauta de exportações do estado. E seguida vem
carnes (US$ 1,16 bilhão), que responde por 18% do total; madeira (US$ 662
milhões e 10% da pauta) e material de transporte (US 505 milhões e 8% da
pauta). Mesmo liderando o ranking dos produtos exportados, a soja registra
queda de mais de 6% quando avaliado o tota comercializado pelo estado nos
quatro primeiros meses do ano passado. demais tiveram alta significativa, como
carnes (31%), madeira (36%) e material de transporte (13%).
“Houve quebra
de safra este ano e uma menor quantidade de soja foi comercializa do país. Por
ser o principal produto da pauta, houve impacto no mês de abril”, sugere o
economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Thiago Quadros. Ele cita
valor da taxa média de câmbio, que ficou mais baixa em abril, em torno de R$
4,75 dólar. No mesmo mês de 2021, ela flutuava em torno dos R$ 5,56, uma
variação de “Outro fator foi a redução de 45% nas exportações de açúcares e
produtos de confeitaria US$100 milhões), que contribuíram para um saldo menor
nas exportações em rela do ano passado”, justifica o economista.
Em movimento
inverso, as importações, que vinham de seguidas altas mensais, recuaram 2,7% em
abril. Nos quatro primeiros meses deste ano e no comparativo com o mesmo m
passado, porém, a alta chega a 31% e 50%, respectivamente. “O temor de uma escassez
generalizada de fertilizantes e adubos, em função da guerra entre Ucrânia e
Rússia fornecedores mundiais destes itens, ajuda a explicar esse movimento”,
diz Quadro um desabastecimento generalizado, produtores rurais podem ter
antecipado a com insumos utilizados no agronegócio, um dos motores principais
da economia do est completa.
Essa percepção
é revelada nos dados da Secex. No Paraná, produtos químicos é o it mais pesa
nas compras do estado no exterior, representando mais de 30% do total este ano
(US$ 1,96 bilhão). No segundo lugar estão materiais elétricos e eletrônico
milhões), com 12% de participação nas importações estaduais. O petróleo aparece
em terceiro (US$ 632 milhões e 10% da pauta), seguida por material de
transporte (US$ 567 milhões e 8,79%) e produtos mecânicos (US$ 566 milhões e
8,77%).
Destes cinco
produtos que lideram o ranking de importações paranaenses em 2022, apenas
material de transporte teve variação negativa de 15% em relação ao primeiro
quadrimestre de 2021. Os demais acumulam altas significativas, principalmente
produtos químicos elétricos, ambos com 45% de crescimento, e petróleo, com
elevação de 21%. “A demanda por estes itens já vinha numa crescente desde 2020,
quando houve um desabastecimento generalizado por conta da pandemia. O conflito
na Europa acelerou esse processo. de faltar insumos e de uma alta ainda maior
na cotação do barril de petróleo no m internacional, as compras foram
antecipadas”, reforça o economista da Fiep.
O saldo da
balança em abril, com superávit de US$ 115,5 milhões, é inferior ao registrado
em abril de 2021, em US$ 768,8 milhões. No ano, o Paraná registra déficit de
US$ 14,4 “Apesar do saldo negativo no acumulado do ano, as vendas do estado
para o exterior continuam evoluindo bem”, acredita o economista, que faz um
alerta com relação da economia mundial nos próximos meses. “Inflação e taxa de
juros altas nos Esta expectativa de crescimento econômico abaixo do esperado e
escassez de insumos lockdowns seguidos na China, sanções impostas por diversos
países à Rússia. Tudo incerteza e pode afetar a economia de forma global,
impactando a atividade de com exterior”, conclui Quadros.
Fonte: Folha do Litoral
/ Foto: Gelson Bampi