Publicado em: 31/07/2025

Os setores da indústria e agropecuária paranaense reafirmaram preocupação com as tarifas de 50% anunciadas pelos Estados Unidos. Os novos comunicados acontecem após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar uma Ordem Executiva (OE), nesta quarta-feira (30), confirmando a imposição de tarifa adicional sobre o Brasil a partir do dia 6 de agosto.

A repercussão é acompanhada de perto dentro do G7 Paraná — grupo que reúne sete grandes entidades do setor produtivo paranaense (Fecomércio, Faciap, Faep, Fiep, Fetranspar, Ocepar e ACP).

No novo anunciou, os Estados Unidos isentaram apenas alguns setores, como suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, entre outros. Para o coordenador do grupo, Sérgio Malucelli, essa mudança não ameniza os impactos.

O G7 já havia pedido que as autoridades federais abrissem canais de diálogo com o governo norte-americano e voltou a afirmar a importância de resolver a situação nos meios diplomáticos.

Por meio de nota, a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) disse que está aguardando a publicação oficial do regramento relativo à medida para realizar uma análise aprofundada e averiguar os efeitos para o setor industrial paranaense.

Segundo a Fiep “Essa análise detalhada é necessária diante do grande número de itens que, segundo o decreto, ficarão isentos da taxação. A partir disso, será possível verificar quais produtos e setores exportadores do estado serão efetivamente impactados”.

A Fiep também disse defender que o governo federal brasileiro busque uma negociação com os EUA, baseada em critérios diplomáticos, técnicos e comerciais, sem adotar qualquer ação de reciprocidade, para evitar que o setor produtivo do país seja ainda mais prejudicado neste cenário.

Setor madeireiro pode ser um dos mais afetados

Entre os diversos produtos exportados pelo Paraná aos EUA, o estado exportou mais de 681 milhões de dólares em produtos florestais em 2024; U$ 627 milhões e 833 mil em madeira e pouco mais de 79 milhões de dólares em café.

Para o diretor-executivo da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas), Ailson Loper, ainda há dúvidas com relação aos impactos das tarifas no setor madeireiro. Isso porque os EUA deixaram de fora produtos como polpa de madeira, celulose, metais preciosos e alguns tipos de árvores.
O que diz a Casa Branca
O comunicado, divulgado no portal oficial da Casa Branca, afirma que as tarifas serão impostas “para lidar com políticas, práticas e ações recentes do governo brasileiro que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos”.

O Governo dos EUA também afirmaram que as políticas e ações do governo brasileiro prejudicam empresas, a liberdade de expressão de cidadãos, a política externa e a economia dos EUA.

Na justificativa, a Casa Branca citou ações do Supremo Tribunal Federal nas quais considerou serem ações autoritárias contra empresas americanas e também discursos políticos aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.


Fonte: CBN Curitiba 
Indústria paranaense reforça preocupação após EUA confirmarem imposição de tarifas ao Brasil