Publicado em: 20/05/2022
O momento
instável da economia mundial tem acarretado desafios para o transporte
rodoviário de cargas brasileiro. Além das dificuldades apresentadas
nacionalmente, como falta de infraestrutura, burocratização e roubo de cargas, as
empresas vêm sofrendo com consecutivos aumentos de produtos essenciais para o
desenvolvimento de seus serviços. O óleo diesel, produto que representa 35% dos
custos das transportadoras, por exemplo, tem sofrido consequentes aumentos
desde janeiro de 2021. Além disso, segundo a plataforma de mercados financeiros
Investing, o barril de petróleo tipo Brent, principal referência internacional
para a commodity, encerrou abril a US? 109,34.
Com o efeito da
alta dos combustíveis, principalmente do diesel, as empresas do setor de
transporte precisam reajustar o valor do frete, que é repassado para a
indústria e consequentemente cria uma linha de aumentos nos preços de diversos
itens essenciais para a população, primordialmente do setor alimentício.
Para Franco
Gonçalves, gerente administrativo da TKE Logística, as empresas do setor de
transportes conseguem repassar apenas parte dos diversos aumentos. “Hoje a
maioria das empresas consegue repassar apenas o aumento de custos com
combustível, quando conseguem. No entanto, repassar custos dos insumos e peças
que também subiram e manter a margem adequada para uma renovação de frota, por
exemplo, não está sendo possível para muitas empresas. O transporte de
commodities, no qual atuamos na TKE, é sensível ao aumento de preço”.
Desde 2021, o
preço médio do frete para os produtos do agronegócio vem em crescente, chegando
a 1,2% em maio, em comparação ao mês de abril do mesmo ano, segundo o índice
FreteBrás do Preço do Frete (IFPF). Porém, essa situação se agravou principalmente
com o conflito no Leste Europeu entre russos e ucranianos no início de 2022,
considerando que a Ucrânia é um dos nossos maiores parceiros comerciais na
exportação de fertilizantes, assim prejudicando a produção de alimentos.
Para Franco, o
principal desafio de sua empresa continuarão sendo as negociações com os
clientes para encontrar “saídas” dessa situação. “As negociações junto aos
nossos parceiros estão sendo mais frequentes, porque os custos aumentaram da
mesma forma para nós, para eles e para o consumidor final também”, acrescenta o
executivo.
O transporte de
alimentos no Brasil é um dos setores que mais representam demanda, já que o
país possui uma grande quantidade de insumos alimentícios que é desenvolvida
para atender o mercado nacional e para suprir a logística de outros países. Com
isso, o deslocamento desses produtos exige uma grande estrutura e atenção por
parte das transportadoras.
Fonte:
Rede do Transporte / Foto: divulgação/Rede do Transporte