Publicado em: 04/08/2022

Os fabricantes de implementos rodoviários sentiram uma reação positiva de entregas de produtos em julho, mas ainda insuficiente para reverter a tendência de queda acumulada no ano. Segundo números divulgados na manhã desta quarta-feira (03) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), no mês passado foram licenciadas 13.911 unidades. É o melhor desempenho mensal do ano, com alta de 5,9% sobre junho, mas queda de 8,9% na comparação sobre julho de 2021.

O desempenho do mês passado levou o acumulado de 2022 para 88.963 implementos entregues, 3,24% a menos em relação ao mesmo período de 2021. A média mensal de licenciamentos neste ano está em 12.709 unidades, enquanto no ano passado a média dos sete meses estava em 13.135 implementos entregues.

Em nota, o presidente da Anfir, José Carlos Spricigo, afirma que o setor mantém o otimismo com 2022. “Os negócios estão em ritmo lento de recuperação, mas formando uma espiral positiva mês a mês o que dá confiança ao empresário do setor”, disse. A estimativa da entidade é entregar 165 mil unidades em 2022, praticamente empatando com o ano passado, quando foram licenciados 163 mil produtos.

Spricigo defende que o segundo semestre tem potencial para reverter os números negativos do ano. Ele cita dois fatores: antecipação da renovação da frota de caminhões e a Fenatran, uma feira importante para o setor de transporte de cargas. A renovação da frota de caminhões deve ser acelerada até dezembro porque em de janeiro de 2023 entra em vigor o Proconve 8, novo padrão de emissão de gases poluentes para os caminhões equivalente ao Euro 6. Essa renovação acaba tendo reflexo no setor de implementos rodoviários.

Já a Fenatran, marcada para novembro, permite uma arrancada final de negócios no ano e sustenta a produção no início de 2023. “Com esses dois fatores, a indústria terá condições de minimizar as eventuais perdas e manter o patamar semelhante a do exercício anterior”, diz o presidente da Anfir, também em nota.

Por segmento, a linha de pesados — reboques e semirreboques — continua com um desempenho fraco na comparação anual. Até julho foram emplacados 47.535 implementos, queda de 10,82% em relação ao mesmo período de 2021. Esse segmento tem como principal cliente o agronegócio, além de setores como infraestrutura e mineração. Entre as várias famílias de produtos, chama a atenção o crescimento de implementos para o transporte de toras de madeira, que cresce 114% no ano, apesar da queda na média do segmento de pesados.

Já o segmento de leves, chamado no jargão do setor de carrocerias sobre chassis, cresce 7,20% no acumulado do ano. Foram emplacados neste ano 41.428 implementos, contra 38.645 unidades em 2021. Esse segmento é puxado pelo transporte de cargas nos grandes centros urbanos e construção civil, entre outros.

As exportações de implementos crescem no ano. Foram embarcadas no primeiro semestre, último dado oficial, 2.437 unidades, alta de 11,18%. A estimativa é ficar em torno de 5 mil implementos exportados ao fim de 2022.


Fonte: Valor Econômico / Foto: Reprodução/Facchini 

Venda de implementos rodoviários atinge melhor desempenho do ano em julho com 13.911 unidades licenciadas